quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pinheirinho: Mais um capitulo desta novela!

Juiz cassa liminar e mantém despejo de famílias sem-teto

Reintegração de posse do Pinheirinho é suspensa no último momento através de liminar

Decisão da Justiça Federal que suspendeu ação da Polícia Militar no Pinheirinho foi anulada menos de 24 horas depois, mantendo ordem de desocupação da área; advogados dos sem-teto prometem recorrer.


A sobrevida do acampamento sem-teto do Pinheirinho durou menos de 24 horas. Ontem à tarde, a Justiça Federal cassou a liminar expedida por ela própria que suspendia a reintegração de posse do terreno, localizado na zona sul de São José.

A desocupação do Pinheirinho foi determinada pela 6ª Vara Cível em julho do ano passado e seria cumprida no início da manhã de ontem.

Menos de duas horas antes do início da operação, às 4h20, a juíza federal substituta Roberta Monza Chiari suspendeu a ordem para remoção das famílias, ressaltando o problema social que a medida geraria.

Mais tarde, o juiz titular da 3ª Vara Federal, Carlos Alberto Antônio Júnior, cassou a liminar da magistrada, mantendo a reintegração de posse do Pinheirinho.

Em seu despacho, ele argumentou que a Justiça Federal não tem competência para atuar no caso, uma vez que a área invadida não pertence à União --o interesse do governo federal em comprar o terreno, manifestado oficialmente na semana passada, não seria suficiente para justificar a decisão.

A área do Pinheirinho mede de 1,3 milhão de metros quadrados (equivalente a 130 campos de futebol) e pertence à massa falida da empresa Selecta S/A.

A gleba é ocupada pelo movimento sem-teto desde 2004. Cerca de 5.500 pessoas vivem no local.

Hoje, a juíza da 6ª Vara Cível, Márcia Faria Mathey Loureiro, deve retomar o planejamento com o comando da Polícia Militar para o cumprimento da reintegração de posse (leia texto ao lado).

Acordo. Na semana passada, o governo federal se comprometeu a disponibilizar recursos para a desapropriação do Pinheirinho com a finalidade de transformar a ocupação em um bairro regularizado.

Foi elaborado um protocolo de intenções com a participação do governo do Estado, que desenvolveria os projetos de urbanização.

Pela proposta, caberia à Prefeitura de São José garantir o congelamento da ocupação e, por meio de lei, transformar o acampamento em uma zona de interesse social --a formalização do acordo ainda depende de uma resposta do prefeito Eduardo Cury (PSDB).

Com base nesse documento, a juíza federal substituta concedeu a liminar em favor dos sem-teto.

Com é de praxe, as decisões em rito de urgência concedidas em plantões são analisadas por um juiz titular no dia seguinte. Para o juiz Carlos Alberto Antônio Júnior, "apenas haveria interesse da União se houvesse decreto expropria-tório federal para a área, posto que o imóvel é particular."

Os advogados dos sem-teto prometem recorrer hoje ao TRF (Tribunal Regional Federal) contra a decisão.

Abrangência. A juíza da 6ª Vara Cível, Márcia Faria Mathey Loureiro, responsável pela ordem de reintegração de posse do Pinheirinho, disse que a Justiça Federal não tem legitimidade para interferir no caso. "Ela não tem competência funcional para revogar uma ordem dada pela Justiça Estadual, que não é só da 6ª Vara Cível, mas é uma ordem que vem sendo confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo", afirmou.

"Essa medida \[reintegração\] apenas foi prorrogada um pouco mais, mas vai ser cumprida, exceto se houver uma modificação na decisão do Tribunal de Justiça, que eu cumpro e não discuto. Até o momento, nada disso aconteceu."
Márcia também admite a possibilidade de suspender a ordem de desocupação caso a área seja desapropriada --seja pela prefeitura, pelo governo do Estado ou pela União.


A juíza Márcia Loureiro e a cúpula da Polícia Militar da região se reúnem hoje para discutir um novo planejamento com vistas à reintegração de posse da área do Pinheirinho.

"Converso amanhã com o coronel Messias [Manoel Messias Mello, comandante da PM do Vale do Paraíba]. A reintegração deve ocorrer nos próximos dias", disse a magistrada.

O coronel, que conduziria a ação dos 1.750 homens que seriam usados na operação, também disse que há a necessidade de "um novo planejamento". "Hoje \[ontem\], não há condição de acontecer. Tem tropas de choque e tropas da região", afirmou Messias.

Logística. O novo período de planejamento estaria condicionado a uma questão de logística e demandaria tempo para pensar numa nova estratégia.

"Envolve também uma questão de logísticas e outros eventos. Não há uma previsão. Pode ser breve ou não, mas depende de alocar recursos", disse o coronel.

"É preciso uma estratégia para evitar que aconteça algo mais sério. Evitar que haja o conflito anunciado. O que queremos é que aconteça da forma mais pacífica possível."


ENTENDA O CASO

 A juíza da 6ª Vara Cível de São José, Márcia Loureiro, determinou em julho do ano passado a reintegração de posse da área do Pinheirinho, onde vivem atualmente cerca de 5.500 pessoas, à massa falida da empresa Selecta S/A. Em novembro, O Judiciário se reuniu com a Polícia Militar para tratar da desocupaçãoAcordo
Governo federal
Na semana passada, os governos federal e estadual, em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil, criaram um Protocolo de Intenções para regularizar a invasão, evitando a desocupação. Para tanto, exigiu-se da Prefeitura de São José a desapropriação da gleba, mas o governo municipal ainda não se pronunciou se aceitará o acordoRecursos
Ofensiva
Enquanto o prefeito Eduardo Cury não se pronuncia sobre a proposta de regularização, os advogados dos sem-teto se mobilizaram para tentar reverter a ordem de reintegração de posse em outras esferas da Justiça. Junto com isso, os moradores do Pinheirinho começaram a se preparar para resistir à ação policial de desocupaçãoLiminar
Ordem suspensa
Ontem, às 4h20, com 1.750 homens da Polícia Militar se dirigindo Pinheirinho para cumprir a ordem de reintegração, a Justiça Federal expediu uma liminar suspendendo a operação. O documento chegou às 5h30 às mãos da PM, que deu meia-volta e não cumpriu a ordem. Os moradores do Pinheirinho entraram em festa, aliviados
Reviravolta
Nova decisão
Liminar da Justiça Federal, no entanto, expedida por uma juíza substituta de plantão, foi cassada pela própria Justiça Federal. O juiz titular da 3ª Vara Federal, Carlos Alberto Antônio Júnior, que avaliou o despacho da plantonista, definiu que o caso não compete à esfera federal. Assim, a reintegração pode ser cumprida a qualquer momento. 

Secretária de Habitação de Dilma quer encontro com Cury


Acampamento sem-teto Pinheirinho, em São José. Foto: Flávio Forner 

REINTEGRAÇÃO CAI COM LIMINAR NA ULTIMA HORA
Antônio Basílio

União também quer fazer parte da ação judicial para tentar transferir o processo do Pinheirinho para a Justiça Federal


A secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, visita São José hoje para tentar fechar um acordo com o prefeito Eduardo Cury (PSDB) para garantir a regularização do acampamento sem-teto do Pinheirinho.

O objetivo é tentar selar uma parceria entre as três esferas de poder --União, Estado e prefeitura para garantir a regularização do acampamento onde vivem mais de 1.700 famílias.
Ontem o ministro em exercício da Secretaria-Geral da Presidência da República, Rogério Sottili, ligou para o prefeito Eduardo Cury para registrar a preocupação da União com uma possível reintegração violenta.

A preocupação da União teria sido bem recebida pelo governo tucano, que ficou de agendar uma reunião para tratar da regularização.

Ação. Em outra frente, o Governo Federal solicitou ser incluído na ação de reintegração de posse do acampamento sem-teto do Pinheirinho com o objetivo de garantir a permanência das famílias no terreno invadido. A decisão federal foi tomada após a ameaça de desocupação da área que pertence à massa falida da Selecta S/A, pela PM.

Por meio de ofício, o Ministério das Cidades solicitou à AGU (Advocacia Geral da União) a inclusão do Governo Federal na ação.

Segundo o gerente de projetos da Secretaria Nacional da Habitação do Ministério das Cidades, Antonio Cesar Ramos, a decisão demonstra o interesse concreto do Governo Federal em adotar medidas para a regularização da área, como a desapropriação e aquisição do terreno. “A União tem interesse direto nesse processo e já apresentou uma proposta efetiva de regularização.”

A AGU deve protocolar a petição na Justiça Estadual. Se autorizado, o processo de reintegração que tramita há quase oito anos na esfera estadual passará para a esfera federal.
Segundo Ramos, a União tem interesse na regularização da área, mas não pode fazer os projetos sem a ajuda dos governos do Estado e da prefeitura.

Protocolo. No último dia 14, representantes dos governo Federal e Estadual se reuniram em São José para assinar um protocolo de intenções para a regularização da área, mas a prefeitura se recusou a assinar o documento.

Por nota, a Secretaria de Estado da Habitação informou que está pronta para colaborar na regularização do Pinheirinho, mas que aguarda o desfecho da decisão judicial.

Lideranças sem-teto consideraram importante a ação do Governo Federal. “Foi o passo mais importante do Governo Dilma na regularização da área”, disse o advogado dos sem-teto Antonio Donizete Ferreira, o Toninho.

 PM se prepara para ir ao acampamento sem-teto Pinheirinho, em São José dos Campos

Prefeitura mantém o silêncio

A Prefeitura de São José não se manifestou sobre a ameaça da desocupação do Pinheirinho e não deu informações nem mesmo sobre as ações de acolhimento que serão destinadas às famílias, em uma possível desocupação da área. O governo também não comentou se pretende assinar o protocolo de intenções para regularizar a área.

Caberia à prefeitura alterar o zoneamento da área e dar apoio técnico. Deputados estaduais cobram uma posição do governo. “O confronto é descaso com a vida humana. A decisão mais sensata é garantir uma função social para o terreno, disse Afonso Lobato (PV).

Marco Aurélio Souza (PT) disse que São José não pode manchar sua imagem com o sangue de pessoas inocentes caso haja confronto com a PM. O deputado Hélio Nishimoto não foi localizado.

AÇÕES FEDERAIS
Regularização
Protocolo
Na semana passada, representantes do Ministério das Cidades e da Secretaria Estadual de Habitação formalizaram um protocolo de intenções para regularizar o terreno invadido do PinheirinhoAções
Divisões
Caberá a cada uma das três esferas de governo um paco-te de ações para garantir a
regularização. O Governo Federal será responsável pela aquisição do terreno, o Governo do Estado ficará responsável pela elaboração do projeto urbanístico do bairro e a prefeitura terá que fazer a alteração do zoneamento e apoio técnico
Justiça
Reintegração
O governo Federal também quer ser incluído na ação de reintegração de posse da área para tentar evitar a desocupação do terreno



Sera que estão levando algum R$, pra ficar enrolando desta forma??

A cada dia que passa a justiça perde a credibilidade com essas enrolações!

Reforma Agraria ja !!


Continua, cenas do proximo capitulo !!


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